Empreendedorismo: estudo traça o perfil e os desafios de quem tem mais de 45 anos

Levantamento do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT) aponta que o estado abriga mais de 129 mil empreendedores com mais de 45 anos. O número é equivalente a 26% do total dos negócios formalizados. O estudo também traça o perfil desse público e analisa os principais desafios e oportunidades do “empreendedorismo sênior”, que ganha cada vez mais relevância para a economia estadual. No Brasil, são pouco mais de 7 milhões de empresários nessa faixa etária. Os dados indicam que o empreendedorismo sênior é marcado por maturidade e comprometimento: 92,6% possuem CNPJ, 67,8% são mulheres e 71,5% são casados, fator que pode indicar uma rede de apoio consistente. “Esses empreendedores unem experiência de vida, capacidade de gestão e determinação para manter e expandir seus negócios, mesmo diante de cenários econômicos desafiadores”, afirmou o diretor Técnico do Sebrae/MT, André Schelini. A motivação para empreender, no entanto, está mais ligada à necessidade do que à oportunidade: 57% iniciaram o negócio por falta de alternativas no mercado de trabalho ou por situações de emergência financeira. Desafios e perfil do empreendedor 45+ Entre os principais desafios apontados estão a falta de capital (44%), a burocracia excessiva (44%), a concorrência acirrada (31%) e as dificuldades de acesso ao crédito (32%). Ainda assim, o otimismo predomina: 17% pretendem expandir para novos mercados e 49% esperam crescer ainda mais nos próximos anos. Os empreendedores seniores se concentram em setores estratégicos como alimentos e bebidas, transporte e logística, construção, vestuário e higiene. Essas áreas refletem tanto a experiência prática acumulada ao longo da vida quanto a habilidade de identificar demandas reais da sociedade, contribuindo para o desenvolvimento econômico e a geração de empregos. Em relação à escolaridade, 51% concluíram o ensino médio, 33% têm ensino superior e 7% possuem pós-graduação. A pesquisa também destaca a diversidade: 49% se identificam como brancos, 30% como pardos e 14% como pretos. Essa combinação de vivência e qualificação resulta em empreendimentos mais consolidados, sendo que 58% têm mais de 10 anos de existência e apenas 1% foi aberto nos últimos três meses. A presença digital é vista como essencial, com 83% já presentes nas redes sociais, embora apenas 35% utilizem estratégias de marketing digital. Para a analista técnica do Sebrae/MT, Jaqueline Trentino, investir em capacitação e tecnologia será determinante para que o empreendedorismo sênior continue se fortalecendo e prosperando no estado. “Apesar dos números expressivos, que reforçam a importância desse perfil de empresário, apenas 24% deles buscam qualificação. Vale ressaltar que aqueles que investem nesse ponto têm mais preparo para tomar boas decisões. Para isso, o Sebrae/MT oferece orientação, capacitações e apoio para cada etapa do negócio. Com as estratégias certas, o caminho fica mais leve e promissor”, avalia Trentino. Fonte: Agência Sebrae de Notícias / MTImagem ilustrativa: Envato
Regime tributário passa a ser exigido pela Receita Federal na abertura da empresa

Microempresas (ME), Empresas de Pequeno Porte (EPP), médias e grandes empresas que estão sendo abertas desde o último dia 27 de julho têm que informar, logo no início do processo, qual será o regime tributário escolhido para o negócio – Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real. A exigência atende à Nota Técnica nº 181/2025 da Receita Federal e faz parte da implementação do novo sistema de Administração Tributária da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim), que unifica os órgãos envolvidos no registro e legalização de empresas. A iniciativa é uma das ações da Reforma Tributária e assegura que haja interação da base cadastral do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) com as Administrações Tributárias dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Antes da alteração, a legislação permitia a definição do regime tributário após a conclusão da abertura da empresa. “A exigência de escolher o regime tributário já na abertura do CNPJ representa uma mudança estrutural no processo de formalização de empresas no Brasil. Antes, o empreendedor tinha até 60 dias para definir o regime; agora, essa decisão precisa ser tomada antes mesmo da emissão do CNPJ”, explica Pedro Pessoa, analista de Políticas Públicas do Sebrae. Segundo o analista, a medida evita retrabalho e correções posteriores nos sistemas fiscais, garante maior alinhamento entre o modelo de negócio e a tributação desde o início, além de reduzir o tempo de espera para começar a faturar, especialmente no Simples Nacional. “O empreendedor precisa fazer um planejamento tributário prévio, considerando faturamento estimado, atividade econômica (CNAE), margem de lucro e estrutura operacional. Essa escolha é estratégica e pode impactar diretamente na carga tributária e na competitividade do negócio”, orienta. Pedro Pessoa ressalta que, com a nova regra, o papel do contador se torna ainda mais estratégico. “A escolha do regime tributário exige conhecimento técnico e análise detalhada do negócio. Um erro nessa etapa pode gerar pagamento indevido de tributos, a perda de benefícios fiscais e dificuldades para alterar o regime posteriormente”, aponta. “Em paralelo, o Sebrae vem dialogando para que essas mudanças não impactem no tempo para formalização do negócio”, conclui. A mudança afeta os MEI? Não. A obrigatoriedade de escolher o regime tributário na abertura do CNPJ não se aplica aos Microempreendedores Individuais (MEI). O MEI já possui um regime tributário próprio e simplificado, com regras específicas e enquadramento automático no Simples Nacional. Fonte: Agência Sebrae de Notícias.